Quem
nunca achou, caminhando pela floresta/mata, alguma exúvia de cigarras presas
nos troncos ou galhos das árvores?
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Imagem 1 - Representação do mecanismo de crescimento dos insetos, a ecdise http://www.brasilescola.com/upload/e/cigarra_exoesqueleto.jpg |
Pois é, este é um mecanismo natural realizado por alguns organismos como os Arthropoda, por exemplo. Este fenômeno, denominado de muda ou ecdise, permite que os artrópodes troquem o exoesqueleto velho por um novo permitindo o crescimento destes organismos. É válido ressaltar que o exoesqueleto é formado por quitina (polissacarídeo), sendo produzido pela epiderme.
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Imagem 2 - Representação esquemática do exoesqueleto de um artrópode http://www.biologia.blogger.com.br/Artropodes%203.jpg |
Para compreendermos melhor este mecanismo, explicitaremos sobre quais os hormônios estão envolvidos neste processo de muda (ecdises) dos insetos.
Os hormônios, de uma maneira geral,
são produzidos pelas glândulas endócrinas e são lançados no sangue para agirem
em suas células alvo, regulando as atividades celulares. Nos insetos, a
produção hormonal ocorre nos centros neuronais, neuro-glândulares ou
glandulares, como as células neurossecretoras, as “corpora cardíaca”, as
“corpora allata” e as glândulas protorácicas (HARTENSTEIN, 2006, apud, GARCIA 2012).
As células neurossecretoras (CNS) encontram-se
por todo o sistema nervoso dos insetos, em sua maioria no cérebro. O sistema
nervoso central produz grande parte dos hormônios conhecidos, com exceção do
hormônio juvenil e ecdisteróides, que são produzidos pelas “corpora allata” (ou
“corpus allatum” quando as glândulas são fundidas) e glândulas
protorácicas, respectivamente. As “corpora cardiaca” consistem em um par
de corpos neuro-glândulares dispostos atrás do cérebro e responsáveis pelo
estoque do hormônio protoracicotrópico (HPTT) (GARCIA, 2012).
O HPTT é um dos hormônios mais
influentes para a ecdise, sendo estas sintetizadas pelas células neurossecretoras
e armazenado na glândula corpora cardíaca. Após a síntese o HTTP segue para a
hemolinfa, tendo como efeito a estimulação da produção de ecdisona, esse hormônio,
então, induz o processo de ecdise nos insetos. Após serem carreados por
proteínas transportadoras de sua origem (glândulas protorácicas) até os tecidos
periféricos é convertida em β-ecdisona, essa ativa as células hipodérmicas,
restaurando assim a capacidade de produção das proteínas que formarão a nova
cutícula e liberando a cutícula velha (apólise) (LEITE, 2011). Alguns pesquisadores
apontam que a ecdisona é um hormônio hidroxilado, que apresenta estrutura
similar aos esteróides presentes nos vegetais e animais.
Pesquisas inferem que a liberação de
ecdisteróides ocorre na forma de pulsos, antes de cada muda, sendo controlada
principalmente pelo HPTT (Vafopoulou e Steel, 1989, apud GARCIA 2012). Tais pesquisadores ao estudarem sobre a
influencia dos hormônios na ecdise de Rhodnius prolixus, observaram dois picos de ecdisona antes de cada
muda. O primeiro ocorreu um dia após a alimentação, com um pequeno aumento da
concentração de ecdisona na hemolinfa, enquanto que o segundo, bem maior,
ocorreu no meio do processo de muda (VAFOPOULOU e STEEL, 1989 apud GARCIA 2012 ).
Referências:
GARCIA, E. S.; CASTRO, D. P.; FIGUEIREDO, M. B.; GONZALEZ, M.
S.; AZAMBUJA, P. Sistema Neuroendócrino de Insetos. In: Vários autores. Tópicos
Avançados em Entomologia Molecular. Brasil: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia
Molecular, 2012.
LEITE, L. D. L. Entomologia
Básica. Apostila. ICA/UFMG
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