sábado, 23 de novembro de 2013

Como funciona o paladar?

Biologicamente, é através dos sentidos que percebemos e reconhecemos outros organismos e as características dos meios onde nos encontramos. Hoje, falaremos sobre um desses sentidos: O PALADAR!
            É através do sentido supracitado que conseguimos reconhecer se um alimento é saboroso ou não, se é doce, azedo, amargo, agridoce, etc. Mas afinal como funciona o paladar?
Imagem 1 - http://www.bet.com/news/health/photos/2013/08/health-rewind-black-kids-pick-up-cigar-smoking-habit/_jcr_content/leftcol/flipbook/flipbookimage_9.flipfeature.dimg/022813-health-children-kids-school-food-lunch-eating-healthy.jpg


Imagem 2 - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkFujWjkeL8HuAn3sMI56ZFy8NpncvisDKcDFI1OgjEj7YAq4nYrYZz38YfvXaRVl3seAly1nqbUU-3FhY0c_S3LDV7_wYsCVc4pBE_x6jcMgA8dwTK7WOheMX2JZcuhu1hcuRGNky1Mrk/s1600/compulsao.jpg


Imagem 3 - http://www.clickgratis.com.br/blog-clickgratis/wp-content/uploads/2012/11/crian%C3%A7as-fruta-verdura2.jpg


            Os receptores gustativos são excitados por substâncias químicas que se encontram no alimento, para assim “perceber” os sabores. O doce, o amargo e o umami são percebidos por meio de receptores de membrana. Em contrapartida, o salgado e o ácido dependem de canais iônicos especializados de Na+ e H+.
            O receptor sensorial do paladar é a papila ou botão gustativo, sendo esta constituída por células epiteliais localizadas em torno de um poro central na membrana mucosa basal da língua. Na superfície de cada uma das células gustativas observam-se prolongamentos finos como pêlos, projetando-se em direção da cavidade bucal chamados microvilosidades. Essas estruturas fornecem a superfície receptora para o paladar. Os botões gustativos estão distribuídos sobre a língua, assim como, pelo palato mole, faringe, epiglote, laringe e esôfago (MARTIN, 1998).


            Para o sabor ser percebido, uma fibra aferente gustativa inerva várias células em diferentes papilas gustativas, portanto, sua atividade propagada resulta da ativação de muitas células receptoras (ESBÉRARD, 1991).
            Segundo alguns pesquisadores, as vias para a transmissão de sinais gustativos a partir dos botões gustativos seguem em direção ao tronco cerebral e, em seguida, para o córtex cerebral. Os sinais são gerados nas papilas gustativas da boca para o trato solitário, situado no bulbo raquidiano. Então, os sinais são transmitidos para o tálamo e dele para o córtex gustativo primário, situado na região opérculo insular, bem como para as áreas associativas gustativas e, finalmente, para a área integradora comum (denominada de área de Wernicke), que integra todas as sensações (FABER, 2006).

 Referências:
ESBÉRARD, C. A. Sensibilidade especial. In: Aires MM. Fisiologia. 12 ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 1991: p.240-8.
FABER, J. Avanços na compreensão do paladar.  R Dental Press Ortodon Ortop Facial. Maringá, v. 11, n. 1, p. 14, jan./fev. 2006
MARTIN, J. H. Sistemas gustatório, aferente visceral e olfatório. In: Martin JH. Neuroatomia: texto e atlas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998, p.223-46.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O fabuloso ataque da aranha!



As aranhas, em sua grande maioria, produzem peçonha e utilizam-a para paralisar e matar sua presa ou para defender-se de outros predadores e organismos patogênicos (FERNANDES, 2010). A sua peçonha é considerada um complexo coquetel, podendo ser encontrados mais de 100 diferentes componentes de natureza (bio)química, constituídos de uma mistura de sais inorgânicos, moléculas orgânicas de baixo peso molecular, os pequenos polipepetídeos, e geralmente um pequeno número de proteínas de alto peso molecular.
No caso em questão, possivelmente, ao inocular a sua peçonha, alguma neurotoxina presente no veneno da aranha provocou uma ação no Sistema Nervoso Central (SNC) da serpente, que entre outros sintomas, levou ao bloqueamento dos canais iônicos das células excitáveis da cobra, impedindo que ocorresse a despolarização de suas células, e consequentemente levando a paralisia muscular e posteriormente à sua morte.
O bloqueamento dos canais iônicos resulta na interdição da entrada ou saída dos íons da célula, ação que é essencial para promover o potencial de ação em seu interior e posteriormente, as sinapses que transmitirá a “informação” do estímulo de célula à célula. O bloqueamento dos canais iônicos afeta tanto a comunicação entre as células, quanto o funcionamento do SNC, SNP e as placas motoras.
A neurotoxina presente no veneno da aranha inibiu a liberação do neurotransmissor Acetilcolina (este neurotransmissor é produzido no SNC, mais especificamente nos neurônios colinérgicos), que é responsável pela geração e transmissão do impulso nervoso para a contração muscular, impedindo que ocorresse a sinapse na placa motora. Não chegando nenhum sinal ao músculo, este ficou paralisado.


Referências: 
FERNANDES, S. C. R., Caracterização química e biológica de compostos bioativos da peçonha da aranha caranguejeira nhandu coloratovillosus (Schmidt, 1998). Fundação Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Brasília 2010.


KING, G. F. The wonderful world of spiders: preface to the special Toxicon issue on spider venoms. Toxicon, 2004.
Vídeo:  http://www.youtube.com/watch?v=_9osQIcKw0I